terça-feira, 5 de abril de 2016

Sobre o verdadeiro amor

Aka estou eu, aproveitando o tempinho livre pra falar sobre algo que vem rondando minha vida faz uns 4 meses. “Mas, nossa, Luiza, e por que você só decidiu falar sobre isso agora?” Ai migos, respondo pra vocês rsrsrs, é que hoje, alguém que eu sigo no twitter estava falando justamente sobre isso, e foi algo que ficou na minha cabeça o dia todo. E eu também já falei sobre isso em outros textos, mas indiretamente, bemmm indiretamente.

Enfim, eu to aqui pra falar, hoje, sobre meu relacionamento mais complicado: Meu relacionamento comigo mesma.

Nesses twittes, os que mais me chamaram a atenção foram esses:


Sabe, minha vida amorosa nunca foi um mar de rosas, mas sempre fui de boa em relação a términos, até que há 4 meses aconteceu algo comigo que me deixou sem chão, e foram longos 4 meses de sentimentos ruins guardados dentro de mim pra eu poder entender que minha pior inimiga no momento estava sendo eu mesma. Acho que chegou um momento em que me vi tão fragilizada, parei e pensei: “ei caralho, essa aí não sou eu não”.

Por mais que eu queira sempre negar, eu sempre fui muito sensível e fácil de atingir. Passei maior parte da minha vida sentindo que eu não era nada, e que, por isso, não merecia grandes coisas. Eu tinha certeza que nunca ia achar o amor, pois, afinal, quem iria me amar? Por isso, eu sempre tentei “compensar” a falta de beleza tentando ser engraçada e inteligente. Assim, eu pensava, quem sabe alguém me enxergaria?

E só agora entendo que esse pensamento não prejudica ninguém além de mim, e faz com que eu sempre ame mais a pessoa que está comigo (ou não mais) do que a mim, e me humilhe, e seja submissa, e pense sempre mais nos outros do que em mim mesma, o que faz também com que as pessoas pisem em você sem dó.

Hoje eu só posso pedir desculpas a mim mesma por ter aceitado tão pouco. Por me sentir sempre tão insegura e menos dona de mim. Por colocar outra pessoa que não eu em um pedestal tão alto. Por rir, sem graça, das piadas machistas, por medo do que a outra pessoa iria pensar. Por me calar todas as vezes em que feriram meus sentimentos. Por ser tão dependente emocionalmente de alguém que nunca gostou de mim.

Com muita desconstrução e com a ajuda de amigos maravilhosos, percebi que eu não preciso “ganhar” ou provar o meu valo, ele já é meu por direito.

É claro que perceber isso é um processo complexo. Há dias em que eu esqueço tudo o que já sei e me sinto, de novo, um lixo sem valor. Demorei quase 21 anos para perceber que não fazia sentido eu ver a beleza em todo mundo e incentivar a aceitação própria para os outros, enquanto eu mesma me criticava de uma forma tão dura. Eu me odiava e essa é uma das piores sensações que se pode experimentar. Até que em algum momento vi que aquilo era tortura comigo mesma, que eu merecia muito mais, eu merecia amor. E me dei uma chance. Eu resolvi começar a me amar. Claro, eu ainda tenho um relacionamento cheio de reviravoltas comigo, mas foi a melhor coisa que fiz. Nem eu, nem qualquer outra pessoa podemos aceitar um “amor” que nos diminua. Não é fácil, mas garanto que faz toda a diferença.

Eu queria ter tido voz mais cedo. Eu queria ter respondido quando fui insultada. Queria ter defendido meu lado e gritado o quão mesquinhas as pessoas podem ser. O quão infelizes as pessoas são em tratar mulheres como se fossem objetos. E manipulá-las.

Aprendi que todos os relacionamentos que temos no decorrer de nossas vidas são experiências únicas que nos fazem crescer como seres humanos. E aprendi muito com o último a reagir e a não tolerar um relacionamento quando a impossibilidade do diálogo se instala, quando o medo de dizer algo, qualquer coisa que seja, se impõe. As vezes, você tem que engolir seu orgulho e aprender a pedir desculpas quando está errada, mas também aprendi que, às vezes, nos culpamos demais por algo que não é culpa nossa. Aprendi que todo relacionamento tem seus altos e baixos, e que é preciso muita compreensão para superar as dificuldades, não se acaba tudo na primeira dificuldade, e se a outra pessoa deixou isso acontecer é porque realmente nunca mereceu o que você tinha pra dar. Acabei aprendendo um pouco mais sobre mim mesma. Os homens que passaram pela minha vida me ensinaram muito, me ensinaram inclusive a me amar, me amar acima de tudo, foi difícil perceber, mas você aprende a não aceitar migalhas de ninguém, porque todo mundo merece mais.

A sensação de estar bem consigo mesma não tem preço. A gente passa por muita coisa nessa vida, e as mais difíceis servem pra te fazer aprender. “Há males que vem para o bem”. Com todas as experiências ruins, vem o aprendizado. E as coisas boas também, é claro, como se reaproximar de amigos que andavam distantes, viver aventuras que há muito tempo não viva, experimentar coisas novas, isso é maravilhoso. Manas, não aceitem estar em um relacionamento abusivo, não achem que sua vida não existe se não tiver aquela pessoa que te abandonou da pior maneira possível ao seu lado, você não merece quem te faz mal ao seu lado, nunca, e digo por experiência própria, quando você aprende que você vem em primeiro lugar, tudo fica mais fácil. E se você tiver amigos maravilhosos ao seu lado, que deixam claro o tempo todo o quanto você é maravilhosa, assim como eu tenho, eu sei que tudo vai ser mais fácil.

Bjs de luz, e emponderem-se. 

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