sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Um dia...

Hoje quando estava saindo de casa pra ir trabalhar, esqueci o lanche que levo, já que ainda é muito cedo pra tomar café da manhã. Quando chego no ponto de ônibus, recebo uma ligação da minha mãe me dizendo que havia esquecido o lanche em casa, mas como já estava longe, preferi deixar pra lá e não leva nada. Ok. Tudo certo. Quando entro no ônibus, e sento numa poltrona azul, mas já chegando no cinza de tão suja, ouço alguém me chamar na porta do ônibus: "Sahara", meu Deus, ninguém me chama de Sahara. Era minha mãe, com o lanche na mão pra me entregar, com cara de sono, entrou no ônibus e me entregou. Me senti como se ainda estivesse no primário. Mas na verdade não fiquei constrangida ou coisa parecida, achei a coisa mais linda do munto, e fiquei até meio chorosa sim, pra quê negar, eu sou sentimental vai, dá um desconto. O fato é que coisas pequenas assim, te mostram como as pessoas se preocupam com você e querem te cuidar bem a todo custo, isso me fazia muita falta. Casa de mãe é o melhor lugar do mundo, mesmo quando você se acostuma a viver sozinha.

A vida é difícil, gente, a vida tá só esperando o momento em que você abaixar pra pegar algo no chão (quem sabe sua auto estima) e te enrabar. Você só tem que ter coragem, não ser molenga e desistir no primeiro obstáculo, entende? Se fosse fácil, não se chamava "vida" se chamava "engordar".

Brincar de gangorra sem balanço não tem muita graça. Um lado vai para baixo para erguer o outro, mas que de tão leve e nas nuvens não desce para que o outro se erga um pouco e descanse as pernas. Então esse um fica eternamente embaixo, olhando para cima, enquanto o de cima olha para copa das árvores, para os pássaros, quase se esquece do que do que está embaixo. Mas quando finalmente olha para ele o vê pequenininho lá embaixo, agachado, curvado.. uma criaturazinha medíocre qualquer. Ele esquece que foi sua força para baixo que o elevou até lá em cima. Com o tempo os músculos atrofiados não conseguem dar impulso e jogar o que está embaixo para cima, e o que está em cima para baixo.

As coisas deveriam ter princípio, meio e fim. Assim como não consigo entender o eterno, não consigo entender algo que o fim chega na metade do princípio, anulando qualquer possibilidade do meio. É a mesma frustração de querer formar uma palavra, se você ainda nem conhece o alfabeto direito. Fora da sua compreensão, completamente inútil. Frustrante.

A culpa é minha. O tropeço não acontece porque o buraco estava lá, o tropeço acontece porque o buraco estava lá mas você não viu.

Sabe, frio, medo e tristeza, passam. Dor também passa. Até amor que foi embora passa. Só não passa a vontade de de fazer tudo novo de novo. O impacto de uma mudança brusca é arrasador, mas aaaah meu amigo, a vontade de provar as coisas novas, ou as velhas que há muito tempo já não se provava, é maior ainda.

Poderia fazer um manual de como se sentir melhor que um saco de lixo, e amigos e familiares podem ser bem divertidos e acolhedores, tipo seu pai que te chama pra tomar uma cervejinha com "o papito", e você se acaba de tanto rir. Mas meu tempo é curto.

Um dia tudo passa, e como me disse, a moça da limpeza de onde trabalho, que me deu uns conselhos e fiquei me sentindo naqueles filmes americanos em que sempre tem um zelador sábio, quando algo tem que acontecer, acontece, e há coisas que servem pra te libertar.

Adeus.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Vão-se o anéis, ficam-se os dedos...

Eu nunca entendi bem esse ditado, e sempre tive dúvidas se o certo era “vão-se os anéis, ficam-se os dedos” ou “vão-se os dedos, ficam os anéis” mas, melhor que se vão os anéis e que fiquem os dedos, né? Já pensou se os dedos se fossem? Onde eu colocaria os anéis? Se bem que nem gosto muito de anel. Então nada disso faz sentido, foda-se.

Pensei no título, por conta de todo esse “bafafá” com o casal mais lindo e feliz deste planeta chamado Terra, Gisela Bintian diva destruidora brasileira humilde riquíssima e Tom Brady



“Bafafá”, essa palavra deve estar na lista das 5 palavras mais maneras que eu conheço, são elas:

1- Tabaco (pelo duplo sentido na minha cabeça sim)
2- Lambisgoia
3- Bafafá
4- Sirigaita
5- Gaiato

Enfim, eu não preciso explicar o que aconteceu né? Mas se você não sabe, pesquisa no google, por favor, tô com preguiça de explicar.

Olha gente, não tô aqui pra falar de vida de famoso (já tá falando sua estúpida), só queria fazer umas análises. Parece meio idiota a gente “se doer” por algo que acontece com esses famosos tão intocáveis né? Mas é que tem aqueles casais perfeitos, que você acha que vão ser felizes pra sempre, que nunca vai dar merda, que até lá na sua cabeça de adolescente nos contos de fadas te dá uma esperança de que existe um relacionamento perfeito, aí “boom”, dá merda do mesmo jeito. Acredito que sim, isso meio que me fez perder um pouco a fé na humanidade, que já andava lá meio abalada depois que vi uma pesquisa sobre em quem os brasileiros votariam para presidente na próxima eleição e o Bolsonaro tava em primeiro lugar. É que pensando por uma linha de raciocínio mais pessimista, ou até realista, se a até a Gisele Bündchen, a GISELE BÜNDCHEN, diva poderosíssima, maravilhosa, top número 1 do mundo, riquíssima, cabelo parece ouro do tanto que brilha e ainda voa quando o vento bate, foi (supostamente) traída, o que será de nós meras mortais que compramos uma base da mary kay chorando por causa do preço. Vão me criticar porque tô julgando uma atitude assim, pela beleza dela? Julguem. Até porque nem seria só pela beleza, mas é que ela é a Gisele Bündchen, sabe? Eu se casasse com uma mulher dessa, fazia um altar pra ela e me ajoelhava toda noite antes de dormir. Mas vamos lá, com toda história, pra quem vai a culpa de tudo isso mesmo????? Mas, é claro que vai pra babá piranha ladra de marido, e também, por que não, pra própria Gisele? Quem manda contratar uma babá gostosa e colocar dentro de casa né, gente? O marido, tão indefeso, pobre coitado, não teve como se livrar das garras da babá predadora. PUTAAA MERDAAAAAA ISSO ME DEIXA MUITO DESGRAÇADA DA CABEÇA, principalmente se quem fala isso é uma mulher.

Claro que isso não é um caso isolado, é sempre comum numa traição, a culpa ser sempre da mulher, que é uma piranha, ou que não deu “assistência” no casamento. Esse tipo de atitude tá intimamente associada a essas nossas malditas raízes patriarcais. Parece que vocês não vão evoluir nunca. Hoje, falamos abertamente de sexo, fazemos nossas escolhas, temos direito a ter uma vida social independente, queremos ter sucesso em nossas carreiras. Mas, pagamos um preço alto por isso. Somos sempre julgadas por nosso comportamento. Outro dia li um texto que dizia “não importa o que você faça, em algum momento de sua vida, você será chamada de piranha, vagabunda ou coisa do gênero”. E é verdade. Todos estão sempre prontos a nos julgar com severidade. “Foi promovida? Só pode ter ‘dado’ para alguém. Foi agredida? Alguma coisa fez para merecer isso. Está reclamando por ser assediada? Quer aparecer, isso sim. O marido a traiu? Foi burra, não cuidou dele como se deve. É infeliz no amor? Também, rodada com é. Não quis sair comigo? Reprimida. Sapatão. Interesseira, só sai com cara rico”. Diante disso vocês ainda acham que é só mimimi de feminista? Não, gente. Ninguém, em momento algum falou sobre a culpa do jogador na história (se é que realmente aconteceu, mas se bem que acho que foi bem verdade). A babá teve sua parcela de culpa? Pode ter tido sim. Mas o maior culpado de tudo foi quem fez um juramento, quem tinha a “obrigação” de ser fiel, ou tô errada? A traição veio dele, não dela, mas ela é a vagabunda da história. E é lógico que a gente precisa desse “mimimi” femista sim, se não quem fala pela gente? O pessoal machista que faz uma manchete “a babá que está acabando com os casamentos de hollywood” ao invés de “o que porraaa tá acontecendo com esses macho de holywood caralho”?

Vivemos dias de muita violência contra as mulheres. Talvez, porque estamos tentando dar mais um passo em direção da autonomia. A reação pode se manifestar fisicamente, com tapas, surras, estupros, ou mais sutil, sob a forma da desqualificação, da difamação, da humilhação. Não sei se nossa situação atual é tão mais confortável que das nossas avós e bisavós. Caminhamos muito, é verdade, mas ainda falta um longo e difícil caminho a percorrer.

Não é tão difícil assim raciocinar, gente, pensa bem, por que diva Gisele carregaria essa culpa? Vocês sabem como é ridículo vocês dizendo “isso que dá contratar uma babá bonita”? Quando ela deveria sim, ter confiança no cara que ela casou porra? Porque a culpa seria da babá se, com certeza, ela não o obrigou a fazer nada? Com certeza ela não amarrou as mãos dele e se aproveitou. Até porque, acho um pouco difícil ela ser mais forte fisicamente que ele, porque, vejamos, não somos nós que diversas vezes nos aproveitamos da nossa força física pra impor uma situação desagradável né? Rsrsrs

Enfim, isso me deixou muito puta da cabeça, mas outra coisa que pensei sobre isso, foi sobre a repercussão que o caso teve. Você imagina o quão o humilhante é ser traída? Beleza que ela é riquíssima e pode curar a dor de corno secando as lágrimas em Paris, enquanto a gente ficaria chorando as pitangas no whatsapp com as miga e vendo foto do cara com a outra no instagram. Mas ainda assim, imagina como deve ser extremamente humilhante você ser traída e isso virar notícia mundial? As “polêmicas” envolvendo celebridades são as notícias que mais atraem atenção, apesar dos grandes problemas que a humanidade enfrenta. E as pessoas respondem enlouquecidamente a esses estímulos: defendem ou atacam o comportamento dos famosos, acompanham cada passo de suas vidas, ficam indignados com as críticas. Eu acho que esse é um dos lados obscuros da fama. Eu gostaria de chorar minhas dores quietinha, sem ninguém ficar sabendo.

Será que, realmente, não existe um relacionamento perfeito? Porque depois dessa tô até com medo de aparecer a notícia, “Rodrigo Hilbert trai Fernanda Lima, veja fotos.” Aí sim, minha fé em relacionamentos (e maridos) perfeitos estaria destruída. Será que a gente nunca vai parar de sempre culpar a mulher pelas ações errôneas dos homens? Como diria outra diva destruidora, Valesca Popozuda, “a b... tem poder”. Mas, queremos mais. Eu tenho esperanças, de que um dia nossa sociedade comece a realmente viver no século XXI, e deixe as raízes coloniais pra trás.




domingo, 2 de agosto de 2015

Só queria reclamar que...



Vocês já perceberam que só faltam quatro meses pro ano acabar? 2015 tá passando muito rápido, por isso não consigo dar conta das coisas que tenho que fazer todos os dias. Alguém no facebook já fez a piada de que “agosto é o mês do desgosto”? Porque eles não perdem tempo srrsrsrsr. Hoje é um daqueles domingos de muita bad, em que eu só quero ficar sozinha no meu quarto, ouvindo R.E.M, tomando Nescau, sem ninguém me incomodando, pensando em como eu sou otária/troxa/burra.

O que eu fiz no primeiro dia do mês? Vejamos. Briguei com meu namorado, deixei meu gato ficar lambendo meu pé porque fazia uma cócega gostosa, saí com uns amigos a noite pra um bar onde posso encontrar todas as pessoas da faculdade, saí pra outro bar que todo mundo paga pau, mas achei bem do ruim, e por incrível que pareça fui cortejada por algumas pessoas, que coincidentemente elogiaram meu belo sorriso. Acho que é esse o efeito que o álcool causa nas pessoas. Um exemplo é que quando meu namorado me pediu em namoro estava bêbado. Acho que ele fica bêbado todos os dias pra poder namorar comigo durante esse quase um ano. Porque como seria possível alguém se interessar pela minha pessoa estando em sã consciência não é mesmo, migos?

Sou uma pessoa assustada, com complexo de inferioridade e com um nariz horroroso. Tenho medo de algumas pessoas. Não tenho assistido televisão. Ando distraída pensando na morte da bezerra, ou perdendo a atenção pra observar o que as pessoas estão fazendo na rua, não é atoa que todos os dias, quando desço do ônibus pra ir pro estágio, eu tropeço na mesma pedra, que fica sempre na mesma calçada pela qual eu passo TODOS OS FODIDOS DIAS DA SEMANA. Não tenho noção de localização.

Quando vim morar em Maceió tive que sair da academia, o que foi uma tristeza, pois, já tinha ouvido do meu instrutor que já estava tendo resultados. E por incrível que pareça, eu gostava de malhar.  Não tenho mais dinheiro ou tempo para a academia, mas tudo bem, pois passou a vontade de levantar da cama e ir; me acomodei; uma pena, visto que, segundo alguns amigos da família, emagreci, e estou “magra demais, muito feia e estranha”.

O chuveiro aqui de casa está com defeito, não consigo lavar o cabelo porque a água sai muito fraca. Se alguém me encontrar na rua e ver que meu cabelo está mais oleoso que a cara de um adolescente de 15 anos cheio espinha, saibam que são problemas domésticos.

“Luiza, se você tivesse condições financeiras, onde você estaria agora?” Em algum país de língua espanhola, com certeza.

“Essa geração não quer trabalhar. Ganharam tudo dos pais”. Quando alguém me diz uma coisa dessas, lembro dos dois meses que trabalhei em uma empresa com um chefe burro e ignorante do caralho, que queria saber mais do que todo mundo e não sabia de porra nenhuma, que humilhava os funcionários, e que me demitiu porque precisei ir ao médico.

Vamos dizer que ela “não aguentou o tranco, pobrezinha, muito mimada”. Já dizia Cidade Negra, você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui, querida. Inclusive, hoje, estou disposta até a fazer faxina. Inclusive adoro Cify cremoso, passo sempre no fogão aqui de casa

Fico quatro horas do meu dia no estágio e quando não estou lá, penso em formas de ganhar mais dinheiro. Algo me fez ser ambiciosa, quero ganhar o Nobel. Ou apenas arrumar mais um emprego. Nunca fui livre. Sempre dependi de alguém. Sempre precisei dar explicações, dizer onde estou, com quem estou e até que horas vou ficar. Hoje, pela primeira vez, posso fazer o que eu quiser, a qualquer momento. Desde que não dependa de dinheiro, porque isso é algo que eu realmente não tenho.

Pra finalizar, só queria dizer como eu odeio ir ao centro de Maceió e ter que andar naquela calçada dos pontos de ônibus, fico feito barata tonta e as véia não saem da minha frente, sempre tem alguém entregando panfleto de exame de vista grátis, e quando os ônibus chegam é uma babilônia infernal. Obrigada.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Primeira vez...!

Olá, amigos, tudo bem com vocês? Quê que ces andam fazendo hein? Não que seja da minha conta, é claro, nem que algum de vocês vá me responder, nem que eu me importe rsrs. Bom, eu tô no estágio, tenho estante pra arrumar, pesquisa pra fazer, apostila pra estudar, mas tô com preguiça ouvindo Secos & Molhados (como o natal finaaaal), comendo um pão de queijo bem delícia com um café bem massa, e pensando ainda no que eu vou fazer, então decidi escrever um pouco, pois, sdds, resolvi ainda começar assim porque não sabia como iniciar isso, bem verdade.

Mas quero relatar pra vocês na verdade, o que me ocorreu neste fim de semana, só espero que ninguem venha me atrapalhar pedindo "ainn procura pra mim o dia que fulanooo nasceu, por favor, moçaa". Título proposital porque sei que os malandrão vão pensar bobeira? Sim, isso é só buzines, galera, ok?

A primeira vez que eu beijei na boca foi um desastre, eu roía unha pra caralho e quando o menino veio me beijar eu tava com um pedaço de unha na boca, so sad. A primeira vez que viajei pra fora do estado, foi pro Rio de Janeiro. A primeira vez que fui a um show escondida dos meus pais, foi pra um show do Nando Reis em Arapiraca (pai, mãe, se vocês estão vendo isso, é mentira, isso aqui é só marketing). A primeira vez que chorei por causa de namorado, foi porque ele tinha me xingado nao meio da rua, coisas da vida galera, segui em frente. Mas quero falar pra vocês da primeira vez que fui a um enterro. A única vez que tinha visto uma pessoa morta na minha vida foi no início do ano passado, e não foi nada legal. Estava em Maceió, passando no ônibus e tinha uma criança morta no chão, um carro de Polícia, e como sempre os curiosos ao redor, e mais os curiosos do ônibus que levantaram pra olhar pela janela, e sinceramente, eu não entendo essa curiosidade. Meu reflexo só foi virar o rosto e sentir vontade de chorar, acho que não é nem questão de ter estômago pra essas coisas, e sim coração. Lembro que quando eu era criança, minha mãe fechava meus olhos com as mãos quando passava "Cenas Fortes" no Fique Alerta, imagina só ver uma "cena forte" do Fique Alerta pessoalmente. Vocês tem que me entender, sabe, eu choro vendo noticiário na TV, talvez precise de terapia.

Esse era pra ser mais um fim de semana normal, chegou a sexta-feira, e no fim do expediente eu iria pra casa, almoçar, tomar banho, e descansar esperando meu namorado sair do trabalho e ir me ver pra passarmos o fim de semana juntos, eu já não aguentava de tanta saudade, depois de duas semanas sem nos vermos. Dai recebo uma mensagem "minha avó morreu". Cara, me diz o que a gente tem que dizer nessas horas? Eu sou a pior pessoa do mundo pra consolar alguém, até porque nessas horas não adianta vir com "ainnn foi porque Deus quis" "chegou a hora dela", não, eu não iria falar essas coisas, o que eu poderia fazer seria estar com ele, nada mais. Me ofereci pra ir ao enterro, mesmo sem saber como me sentiria sendo tão fraca pra essas coisas e nunca ter ido em um. No sábado, então, eu estava lá em sua casa as 7:30, tomei café da manhã com todo mundo, e fiquei contente de ver que ninguém chorava, faziam até piadas, e estavam relembrando momentos, o que seria bem diferente mais tarde.

Assim que cheguei no velório e me deparei com a cena daquele caixão aberto e aquela mulher deitada lá fiquei estarrecida, deu um aperto no coração, fiquei com vontade de chorar, mas acho que não tinha esse direito, talvez seja coisa da minha cabeça, mas acho que o direito de esboçar sua dor ali seria dos familiares e das pessoas que eram próximas, eu a conhecia somente há 7 meses, tive medo de soar como algo falso, então me contive, mas olhando praquele caixão, mil coisas passavam pela minha cabeça, minha cunhada chorando, e meu namorado sem esboçar nenhuma reação. Não tentei me colocar no lugar de quem estava lá. Pelo menos naquele momento. Não consegui imaginar o que é perder alguém com quem vivi a vida toda. Só pensei que querer fugir desse encontro inevitável, que é a morte, ou ignorá-lo, além de inútil, não me parece ser a melhor opção. Sabe, eu também vou morrer, e nem sempre sou capaz de aceitar o óbvio. Na verdade, tão logo nascemos começamos a nos despedir desta vida. É como se estivéssemos no mesmo trem, mas em vagões diferentes. Um trem cujo destino é a morte. Na hora em que fecharam o caixão, minha cunhada começou a chorar desesperadamente, e eu só conseguia pensar "para de chorar pelo amor de deus, para de chorar, se não eu vou chorar também".

Além da questão do tempo, outro mistério que ronda a morte é a forma como ela acontecerá. Raul se perguntava a respeito, na música Canto para minha morte:

"Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa a bater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio..."

Já no cemitério, havia um pastor falando umas coisas das quais eu não concordava em grande maioria, aliás, se tem algo que eu gostaria de pedir a meus familiares, é que quando eu morrer não quero nenhum padre ou pastor falando essas coisas no meu enterro, e se ninguem respeitar meu pedido volto pra puxar no pé de todo mundo. Quero que alguém que realmente gostava de mim e se importava comigo estivesse la falando de mim, não só coisas boas, que falasse tudo mesmo.

Algo que eu ouvi muito foi que ninguem ali deveria chorar, puta merda, mas porquê? Se até eu que ali era uma intrusa fiquei com vontade, imagina as pessoas que tinham contato frequente. Fiquei perplexa ao ver que meu namorado não chorou em nenhum momento, até que chegou a hora do enterro, e vi que ele não aguentou, fiquei até aliviada, mas nessa hora não consegui ficar perto dele, não consegui ficar próximo e me afastei porque meu coração não aguenta essas coisas, fiquei olhando ele chorar de longe e me sentindo uma puta desalmada de não estar perto dele. Acho que isso das pessoas de se esforçarem pra não chorar, pra mostrar uma certa força só deixa o choro preso e acumulado, é sempre pior.

A vida segue seu rumo, impiedosa. Os dias continuam passando com 24h e o resto de sua vida caminha a passos largos, ainda que rápido você precisa dar um ritmo a tudo. A questão é que é impossível exigir que funcionemos como se nada tivesse acontecido. É impossível desvincular o emocional das nossas rotinas diarias. Se não, não teremos mais tempo pra chorar, então choraremos no caminho de algum lugar, ou enquanto executamos alguma atividade, ou ouvindo There Is a Light That Never Goes Out. O mundo não para, os segundos correm, o ritmo passa... Sinto falta de ter mais tempo, porque um dia nós é que vamos morrer... e a perda me fez pensar no quanto è importante se preocupar com o que você anda fazendo da sua vida... Eu queria poder ter mais tempo pra chorar, quería que meu namorado tivesse mais tempo e coragem pra chorar. Um dia seremos cada um de nós, deixando esse mundo. Mas enquanto eu estiver nele, espero fazer o melhor pra ser feliz e viver, dedicando meu tempo aquilo que me dá prazer,  sentar com meus amigos, ficar deitada vendo filme e comendo porcaria com o boy... Eu juro tentar.

Eu não conhecia muita gente ali, mas me compadeci com o sofrimento de todos, eu realmente espero ser mais forte em situações como essa. Ver o sofrimento dos outros, principalmente de pessoas importantes me deixa mexida, e eu fiquei muito mexida com tudo isso, talvez também porque nunca tenha tido uma grande perda na minha vida. Tentei ajudar da melhor forma, que era estando presente, e espero que todo o carinho que eu tenha dado nos dias seguintes tenha ao menos confortado.



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Não quero aqui fazer nenhum pedido ao tempo, nem dizer que ele é a cara o meu filho porque nem filho eu tenho (graças a Deus).

Na verdade eu nem sei o que eu quero, se dias mais longos pra ter tempo de fazer tudo o que eu deveria fazer, ou menos coisas pra fazer durante o dia.

Uma das coisas que mais sinto falta ultimamente: dormir. Eu não consigo dormir em coletivo, pois tenho muito medo de passar do ponto em que tenho que descer, mas essa semana foi inevitável dormir naquele Eustáquio-Iguatemi vazio sentada do lado da sombra na janela, coisa rara de ver às 12:00 hrs, era conforto demais, sorte demais pra um dia só, o cansaço e o sono me venceram acabei pegando no sono sem nem perceber, por sorte acordei dois pontos antes do meu, obrigada santan. Sempre que tenho uma oportunidade eu durmo, pareço o Chaves no episódio que ele dorme no chão do pátio da vila. Esses dias deitei em um banco da faculdade pra ler quando vi me assustei com meu próprio ronco. Durante o fim de semana, vejamos, até poderia dormir até tarde, mas o pau no cu que divide o apartamento comigo levanta 7:00 horas da manhã e fica ouvindo Edson Gomes.

O engraçado é pensar que eu queria tudo isso, eu queria entrar na faculdade, queria arrumar um emprego, queria sair de casa. Agora fico o dia todo ocupada, e só chego em casa depois das 21:30. Não reclamo de nada disso, tenho que me dividir em 30 pra ter tempo de fazer tudo, mas sei que vai ser bom pra mim (ou não). É só que... o tempo, talvez eu esteja acumulando muita coisa da faculdade e não esteja tendo tempo de fazer tudo e acabe ficando tudo pra última hora, mas não abro mão de passar um fim de semana todo com meu namorado, pois é o único tempo que tenho pra curtir a companhia, o amor e o aconchego que ele me traz, e em momentos de tumulto psicológico-pessoal-acadêmico dormir agarradinha com alguém falando “boa noite” no seu ouvido e beijando seu pescoço ajuda que é uma beleza.

É cada vez mais difícil aceitar que se passaram 30 minutos quando a gente acha que passaram-se no máximo 15. É extremamente difícil aceitar que o tempo escorre pelas mãos e a gente ainda não fez nem metade do que estava previsto pra semana, pro mês e pro ano. É como se estivessem adiantando todos os relógios sem prévio consentimento. E a gente? Ainda não fez a viagem que sempre quis, ainda não comprou o livro que tá há meses querendo ler, ainda não assistiu nenhum dos filmes que adorou só pela sinopse, ainda não perdoou e muito menos esqueceu aquela discussão desnecessária do outro dia, ainda não colocou em prática nenhum dos projetos legais que anotou no caderninho, e continua olhando pro relógio apavorado com os ponteiros que parecem girar mais rápido do que nunca. As 24 horas já não são o suficiente, a gente quer tanta coisa, por que não querer mais horas no dia também? Procrastinação? Talvez. Preguiça? Bem provável. Desorganização? É, estamos quase lá…

Nascemos para viver e estamos vivendo menos do que nunca? Ah… preciso de mais tempo, sim. Só não quero ser daquelas pessoas que não têm tempo pros amigos, que não tem tempo pro amor, que não tem tempo pra diversão, eu quero ser a melhor professora de história que meus alunos irão ter, mas também quero ser a melhor namorada, a melhor amiga, a melhor irmã, a melhor parceira de diversão e de dança, a que não ignora mensagens, a que guarda um tempinho pra rir com os amigos, mesmo que na fila do restaurante da universidade ou no grupo do whatsapp, porque o bom profissional não se cria só do trabalho cego, os amigos, os amores, e o tempinho guardado pra tudo aquilo que te faz esquecer os problemas, também te fazem vencer. É tudo isso que você vai levar pra vida.

A verdade é que somos todos adultos, com vida de adultos, cabeça de adultos. Mentira, somos, adultos com cabeça de criança. AINDA BEM. Ou de velhinhos, às vezes. O fato é que cada um tem uma vida mais corrida que a do outro, os próprios compromissos, os outros amigos…
Conforme a gente vai crescendo, ficam dizendo pra gente que não vamos ter mais tempo pra nada. Nem pros amigos. “Depois começa a trabalhar, casa, tem filho e casa pra cuidar, quero ver conseguir ver os amigos”. E posso falar uma coisa? A realidade nua e crua é que a gente sempre vai ter menos tempo, menos espaço na agenda, mais coisas pra fazer, mais preguiça, mais cansaço, mais vontade de se enfiar num casulo e por lá ficar. E se a gente acreditar nisso, a gente se enfia no casulo mesmo e BUM, a vida já era.

Uma amizade verdadeira, sólida, é como casa de vó. A gente não vai sempre, mas ela está lá, ela nos ama, ela lembra muita da gente, e quando a gente vai visitar, rapidinho ou pra ficar sem hora pra ir embora, é a maior delícia e a comida é sempre mais gostosa.
Não precisa ser assim. A maldição do ‘um dia você não vai mais ter tempo pra isso’ não precisa pegar na gente. Nem em mim e nem em você. Amizade é tão mais do que estar por perto o tempo todo.

Você pode achar um tempinho na sua agenda pra ir comer comida chinesa com seu namorado, mesmo que depois os dois passem mal.

E quando o amigo tá triste, a gente arranja um tempo, leva pro bar, toma umas biritas, chora as mágoas lado a lado, que é pra tristeza escorrer mais rápido e ir embora duma vez.

Eu ando sem tempo, tenho muito trabalho acumulado, tenho que arrumar casa, mas ainda quero ser sim, a amiga, a namorada, a engraçada do grupo dos amigos do ensino médio, a filha que arranja um tempinho pra viajar no feriado e ver a família, pois, quando eu for a Dr. Luiza formada nas história do Brasil saber tudo dos índio das política e tudo mais, eles serão os únicos que irão ignorar esse “Dr.” e dizer que não sabem como eu consegui chegar nisso se eu não conseguia nem falar na frente das pessoas, mas vão morrer de orgulho de mim.

Inclusive, sem tempo pra escrever isso também, mas mesmo assim escrevendo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sobre protestos e estágios

Creio que pelo título do texto, muitos “zé amo textão polêmico nas internetz num tenho louça pra lavar” vieram até aqui só pra ver se ia ter muitas críticas políticas sobre protestos e blá blá blá, mas perderam a viagem porque não vou fazer isso. Mas confesso que o título foi proposital, pois nós do mundo dos business bloguero tem que ser muitos dos esperto (eu sei escrever direito, só não consigo não falar do mesmo jeito que falo twitter, ces me perdoa).

O que eu quero falar hoje, é sobre como foi maravilhoso meu dia na capital mcz com o bendito protesto de hoje na Fernandes Lima. “Cara, quem quer saber da sua vida?” Oh num sei se você já percebeu, mas tudo que tem nessa merda, fala da merda da minha vida, mesmo que indiretamente, então shiiiiu.

Então, hoje seria meu primeiro dia no novo estágio, e tinha que estar no local às 8:00 horas, peguei o ônibus perto do terminal de boas e já peguei lotado, quando chega na metade do caminho, ouço alguém falando no telefone que um amigo viu na TV que havia um protesto de estudantes e vigilantes da rede estadual bloqueando a Avenida, em frente ao CEPA. Imediatamente pensei “puta que pariiiiiiiiiu). Mas o que eu poderia fazer não é? Ia chegar atrasada no primeiro dia de estágio sem ainda estar com os papéis assinados, mas tá de boas.

Ônibus lotado, parado, a linda que vos fala suando mais que gorda dançando zumba, não poderia ficar melhor. Mas em meio a tudo isso, conheci alguém muito legal. Renata. Renata ligou pra sogra, D. Zélia, pra avisar que chegaria atrasada em algum lugar, e aproveitou pra falar sobre a Iara, que é sua cunhada, e não sabe educar o filho, Vinícius. Renata aproveitou pra reclamar do protesto, com as seguintes palavras “Isso acontece porque o povo é burro, é esse governador que o povo votou, filho de peixe peixinho é, e ele bebe viu menina? Bebe tanto nesse mundo” E creio que D. Zélia tenha respondido “Por isso” Fiquei sem entender. Renata desligou o telefone, e ligou pro marido, filho de D. Zélia, o qual chama de “bê”, por isso não sei seu nome, então usarei o codinome para me referir ao dito cujo. Renata explicou sobre o protesto, perguntou pelo filho, João, e disse que estava muito bem disposta depois de ontem, nem quero imaginar o que ela quis dizer com isso, só sei que pelo sorriso dela, hoje deve se repetir. Que ótimo, Renata, fico feliz por você e pelo Bê, adorei te conhecer e saber da sua vida assim tão profundamente.

Bom, já eram 08:20, e eu com o cu na mão imaginando a má impressão que ia passar me atrasando desse jeito no primeiro dia de estágio, o ônibus parado há 30 min no mesmo lugar, vi que o jeito seria descer e ter que ir andando. Tive que descer na Casa Vieira e ir andando até o Colégio Marista, quem é de Maceió sabe que eu iria passar bem uma hora andando, mas não tinha outro jeito. Estava usando uma sapatilha que ganhei do boy, que é muito mara beauty linda, mas tava apertando meu pé, me fodi mais ainda.

No caminho, devo ter aparecido em umas 120 fotos e uns 1234 vídeos, ainda ao passar por um ponto de ônibus, passa um senhor de bicicleta e grita: “Tá vendo aí? Culpa de vocês, eu disse pra não votar na Dilma”. Aí fiquei sem entender, a culpa é nossa, da Gilma, ou do governador porque ele bebe muito? Tô confusa.

Ainda passo por uma senhora, que vem brigando com o marido e os filhos, quando diz a seguinte frase: “E A GENTE VAI DE QUÊ??? MONTADO NA PICA DO JEGUE???”. Bem, fiquei um pouco constrangida (mentira, ri foi bem muito).

Já quase morrendo de sede, calor, cansaço e dor nos pés, resolvi parar em um supermercado do qual não posso falar o nome, pois estaria fazendo propaganda e nesse business propaganda só pagando, colega (foi no Unicompra) pra comprar uma água, mas a vadia não tava no caixa e eu não podia esperar porque já estava muito atrasada. Resolvi seguir meu caminho e ser forte, já estava chegando. Bom, cheguei exatamente às 09:30, toda suada, com cara de morta. Ainda bem que todo mundo entendeu e etc.

Mas agora sobre o estágio, vou falar pra vocês que apesar de toda a confusão, o cansaço, valeu muito a pena ter ido, só em um dia já aprendi muita coisa e to muito empolgada, é muito bom pela primeira vez sentir que to fazendo algo que eu gosto.

Mas ao sair, não poderia ignorar o fato de estar muito cansada, ter que esperar o ônibus num sol infernal, ainda ter que ir na faculdade, ir o caminho todo do lado do sol no ônibus, estar com o pé ferido, e morrendo de fome. Fui almoçar no restaurante da faculdade e acho que as tias que servem a comida poderiam ter ficado cegas com o brilho que saia dos meus olhos ao ver tanta comida na minha frente. Tinha um pirão muito do gostoso, e a tia colocou 2 PEDAÇO DE CARNE no meu prato, eu acho que eles adivinharam, foi o momento mais feliz do dia senhor obrigada.

Enfim, depois ainda tive que andar mais porque nada naquela UFAL fica perto, ainda dei viagem perdida porque tinha coisa faltando nos documentos, cheguei em casa e fui correndo esquentar água pra colocar os pés. Esse foi meu dia de muita sorte, pra nunca mais eu reclamar de morar no interior, onde nada disso acontece (porém prefiro mil vezes morar aqui mesmo). Acontece, mais tarde vou ver o mozi, e quem sabe tentar entender o que tanto a Renata fez que acordou tão bem disposta hoje rsrsrsr (mentira vocês num acredita nas merda que eu falo). Tchau.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Não é você...

Seguinte, digamos que eu tenha uma teoria. Se você tá comendo uma torta muita da gostosa, daquelas que você passa todo dia em frente à padaria que fica na esquina da sua rua, e fica olhando igual ao Chaves olha pra um sanduiche de presunto, você vai pensar: “Ah, essa torta é gostosa demais pra mim, eu não mereço tanta cobertura assim, e esse recheio MARA (rsrs), eu sou muito problemático, não sou digno de tal especialidade culinária, melhor seria deixá-la aqui quietinha na geladeira para que outra pessoa, melhor do que eu, venha até a mesma e a coma, porque o problema não é com ela, ela é boa demais, o problema é comigo”? Acho que não né? Porque eu mesma, se to comendo algo gostoso eu como é tudo pra ninguém mais comer, e se não aguentar comer tudo na hora, eu escondo o resto pra ninguém ver e eu poder comer depois, confesso.

Eu penso desse mesmo jeito quando alguém termina um relacionamento com a famigerada frase: “O problema não é com você, o problema sou eu...”. Não deve existir alguém na face da terra que deva achar isso algo gentil, só pra não ouvir que é chata, que usa roupas estranhas, ou que engordou, é lógico que você vai saber do mesmo jeito que o problema foi você, só por ser você. Não existe isso, ninguém termina com alguém porque a pessoa é boa demais.

Deve ser por isso que eu vejo cada vez mais as pessoas desacreditando nos sentimentos (sim, eu também falo de sentimentos) mais bonitos e mais daora dessa vida. Parece que ninguém mais se importa com ninguém.

Se você diz que gosta de alguém, hoje em dia, não seria um motivo para aproximações, e sim para respostas como: “ainn vai pra lá com esse papo, to fora” “ainn é que eu já sofri demais com essas coisas, não quero passar por isso de novo”, parece até uma vingança com alguém que não tem nada a ver. As pessoas inventam histórias como se estivessem lidando com crianças recém-nascidas. Se a sua vontade é ir embora e nunca mais ligar, então que seja dito, não algo como: “Ah eu acho que você gosta mais de mim do que eu de você.” Isso é uma das piores coisas de se ouvir.

“Olha só, você é uma ótima pessoa, o problema realmente é comigo, não com você” Mas é lógico que o problema é com vocês que dizem uma coisa dessas. Custa dizer que cansou? Que não quer mais nada? Não to dizendo que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, não existe um contrato pra isso, também não existe ninguém perfeito, nem quem erra mais ou menos, mas existem os erros e os acertos, não custa nada ser real na hora de dizer “tchau”. A vontade de não machucar só machuca mais.

Eu tento sempre ser mais prática, se a pessoa não queria beleza, coloco o rabo no meio das pernas e sigo em frente, sem dó de mim mesma. Ninguém é obrigado a passar tempo com quem não quer. É mais honesto dizer “eu quis, ele não quis e estou triste, uma hora isso vai passar”. Conhecer pessoas novas seria o melhor remédio. Não acredito na ideia de que um novo amor não cura outro, lógico que cura, as pessoas deveriam se permitir mais, acreditar mais, sempre há alguém melhor no futuro.

Imaginemos um mundo ideal com mais maturidade mútua…

- O problema foi seu mau humor incorrigível por isso acho bem difícil seguir em frente. Não sou muito diferente de você, portanto já basta o meu mau humor me pesar. Não lido bem com o seu.

- Obrigada por me dar esse toque, vai ser bem duro daqui pra frente, mas fico feliz que até agora pudemos viver bons momentos.

Por mais cruel que seja, existe o fim da vontade de ligar, de conversar, de perguntar se está tudo bem, existe o fim, não existem desculpas. O que não deve existir é essa falta de respeito com as outras pessoas.

O bom é sempre valorizar, valorizar quem te pede pra avisar quando chegar em casa, valorizar quem transa com você e te entrega o corpo, valorizar quem diz que gosta de você, é tudo uma questão de valorizar o que realmente importa na vida: as pequenas coisas. Não tem porque ver como possessivo alguém que te pede pra avisar quando chegar, é só alguém que se preocupa, não adianta nada ver tudo com olhos egoístas.

Vocês deveriam saber que existe amor dentro das pessoas, mesmo que seja difícil.

Eu consigo entender quando alguém diz que não confia nas pessoas, que todo “eu te amo” “eu gosto de você” é falso, que não quer relacionamentos futuros por traumas do passado, eu só não concordo, porque as pessoas não são iguais, vão existir aqueles que vão te machucar com coisas do tipo “Não é você, sou eu”, e aqueles que vão ser sinceros com você, porque nós sempre enxergamos um fim, e realmente, muitas vezes terão um fim, mas vai chegar o dia em que vai ser pra sempre, ou tão duradouro que terá um sentimento de eternidade.

Bem, o que eu quero dizer com isso? Que eu sou uma filha da puta cheia de mimimi? Sim, eu acabei de me entregar, mas todo mundo tem dessas. O que eu quis dizer também, é que se cada um respeitasse mais o outro, o sofrimento seria menor, o que não é nada muito difícil de deduzir, com tanto egoísmo, tanta intransigência, e tanto “não é você, sou eu”, vocês estão matando o que de melhor nós temos (aí vocês pensa o que é, que vocês sabem, num sou empregada de ninguém não).

Se permitam, conheçam novas pessoas, tentem ser felizes, não se prendam, faz bem ao coração e à alma.

Cabô a autoajuda, desculpa, lê quem quer, adeus.