quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Generalizar

Tenho reparado que tem muita gente que adora dizer: “ai nossa, você ta generalizando” “olha, generalizar é errado” “eu acho que existem exceções”. Eu acho que todo mundo que fala isso sempre que é abordado um tema mais controverso, é alguém que:

- Não conhece a regra básica, de todas as regras terem uma exceção.

- Não sabem o que dizer, mas precisam contrariar.

Todo político é corrupto, mães são superprotetoras, filhos únicos são mimados, brasileiro é desonesto, pessoas fúteis são menos inteligentes, crentes são preconceituosos, homens ricos comem mais mulheres.

Eu acredito em todos esses estereótipos porque, no fundo, são todos verdade mesmo. Devem existir algumas exceções, remotamente, óbvio. Mas isso não significa que eles não sejam reais. Toda regra tem exceções, mas isso não faz com que ela deixe de ser uma regra, né? Regra é algo que acontece com frequência, um padrão.

O ser humano é cheio de padrões. Alguns são genéticos, outros influência da sociedade, outros da cultura. Mas não importa o motivo, ninguém inventa um clichê. Ele surge porque notamos que ele acontece com uma certa frequência. As pessoas ficam com raiva de clichês porque querem ser diferentes, querem dizer que não seguem nenhum clichê, mas isso já é um clichê. Todo mundo se acha especial. Todo mundo quer ser diferente. Todo mundo quer ser notado.

É impossível sair dos padrões, porque eles estão enraizados. Não são racionais. Simplesmente um dia alguma coisa acontece e você entra num padrão sem nem pensar nisso.

Quando uma mulher vira mãe, ela começa a surtar, não era assim antes, mas vira uma neurótica. Começa a se preocupar demais com a comida, com a água, com o ar, com reciclagem, com segurança, transporte. Liga seis vezes num intervalo de três minutos para saber se está tudo bem.

Brasileiro sempre quer tirar vantagem, e se ele vir alguém tirando vantagem, em vez de fazer algo para parar, ele quer ser melhor que o cara que já está tirando vantagem, ele quer corromper mais. No ônibus é um exemplo clássico. Tem os bancos preferenciais. Mas sempre tem algum idiota que senta no banco. Ok, até aí nenhum problema, porque os bancos são preferenciais, não exclusivos. Mas, quando chega um idoso, grávida, deficiente, ou gordo, o idiota finge que está dormindo, ou simplesmente não finge, mas não mantém contato visual com o necessitado. Isso é querer ter mais vantagem que alguém que tem uma mínima vantagem. A única vantagem que um velho tem no Brasil, é ter um banco ou fila só pra ele. E vem alguém e quer roubar isso.

Não há um evangélico na face da terra que não seja preconceituoso. Assim como não há um ser humano que não seja preconceituoso. Nenhum homem presta, assim como nenhuma mulher presta, porque ambos são serem humanos, e nenhum ser humano presta.

Caras ricos comem muitas mulheres. Dinheiro na mão é bacanal. Como adoram dizer os pseudo-cientistas de facebook, a função primordial do homem é comer o maior número de mulheres possível pra perpetuar seu DNA e blá blá blá, o fato é que, quanto mais dinheiro se tem, melhor se consegue suprir essa necessidade.

Políticos são corruptos. Mesmo que um político não faça nada, ele sabe de alguém que está fazendo. E se ele sabe que alguém está fazendo e não faz nada ou não fala nada, ele é conivente. Ou seja, o mínimo que você pode ser dentro da política é cúmplice. E ser cúmplice é crime, porque vc está viabilizando que algo errado aconteça. Simples.

Escrever é generalizar. Não há necessidade de a cada afirmação escrever “há exceções”, pois além de tornar o texto horrível, eu teria de escrever depois de cada afirmação fosse ela qual fosse, pois tudo tem exceções, exceto  a estupidez humana que é infinita, total e dominadora.
Tudo cai nos clichês. As pessoas são exatamente o que esperamos que ela sejam. Sem surpresas. E isso torna o mundo chato e entediante, para mim, pelo menos. Não que eu não seja chata e entediante e não siga o clichê de menininha reclamona da internet ou faça algo pra mudar isso.

Não sei... talvez esteja generalizando sem exceções aqui, mas é que não encontro exceções para minha teoria.

Uma opinião não muito diferente da minha (mas só a minha tá certa, flw) http://issoehsohumblog.wordpress.com/2014/01/30/nao-vamos-generalizar/

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Por que comemorar aniversário?

Quando eu era criança, acho que até os 9 anos eu não sabia quando era meu aniversário. Só fiz questão de decorar a data porque minha professora passou um trabalho de artes, para desenhar uma coisa que acontecia no mês em que cada um completava ano, e eu disse que não sabia. Meus colegas riram, isso fez com que eu me sentisse burra, então quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi perguntar pro meu pai. Ele disse que "achava que era em janeiro". Então eu esperei minha mãe chegar e perguntei a ela. Dia 16.

Mesmo sem saber a data do meu aniversário, eu gostava bem mais disso tudo quando era criança, tudo é mais divertido nessa época, hoje em dia meu maior desejo é ir dormir todo dia 1º de janeiro e só acordar dia 17.

Meu aniversário está chegando e eu nunca fico feliz com isso. Aniversários não são legais. Não entendo por que as pessoas gostam tanto de aniversários. Eles servem apenas para te lembrar que o tempo está passando, e no meu caso, que o tempo está passando e que eu ainda não realizei nada. Ou seja, só faz com que eu me sinta idiota. É como se o meu tempo estivesse acabando e eu tivesse que acordar da adolescência. Tipo: “Ei, Luiza, acorda, a adolescência já passou e você não fez nada que preste, agora é hora de ainda não fazer nada que preste sendo adulta.”. Essa é a finalidade principal, a outra é de te fazer você engordar.

Fazer aniversário significa mais um ano de vida, mas também significa menos um. É a contagem progressiva para o dia da sua morte, e foi pensando nisso que entendi porque querem comemorar o meu.

Tem muita coisa chata que acontece em aniversários. Logo de manhã o telefone começa a tocar. São aqueles familiares que nunca ligaram pra você (nem sentido literal e nem no figurado), mas como é seu aniversário eles se sentem na obrigação de cumprir essa formalidade. Se bem que ano passado, nem esses ligaram, o que já é uma vitória. No Facebook, você recebe 367 mensagens iguais, e perde tempo lendo todas a fim de achar alguma original ou verdadeira. As vezes não acha nenhuma. Se você decide comemorar, não aproveita nada a festa, porque é obrigado a dar atenção pra todo mundo. O seu aniversário só é bom para os outros.

Ano passado foi um dos piores aniversários da minha insignificante vida, e esse ano não promete ser muito diferente. É que eu sou realmente chata, sabe, não gosto de receber nada de ninguém que não seja verdadeiro, até um “feliz aniversário”, me deixa irritada se não vem com sinceridade, sei que 99% da minha família não gosta de mim, então prefiro que não me liguem a me ligarem só por formalidade.

Se tem um “feliz aniversário” que eu gosto de receber é o do meu pai, que vem com tanto amor que até sufoca, e me deixa mal por não retribuir tanto, pelo menos não demonstrando, porque se tem uma pessoa que eu sei que me ama apesar de ser tão chata, grossa, e indiferente, essa pessoa é meu pai, e o prêmio de melhor “feliz aniversário” do mundo vai pra ele, que mesmo eu só fazendo merda, sempre me vem com um abraço tão sincero e apertado que me faz esquecer todos os outros de mentira.

Esse ano eu decidi não comemorar. Primeiro pra fazer um favor à minha família, que comemoraria apenas por uma formalidade, não por achar que eu mereça, e depois pra fazer um favor a mim e não ter que ouvir grandes conselhos como "Não adianta sonhar coisas que você nunca vai conseguir realizar", etc.

Nossa, eu ficaria deprimida lendo o meu blog. Desculpa se você chegou até aqui.