sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Vão-se o anéis, ficam-se os dedos...

Eu nunca entendi bem esse ditado, e sempre tive dúvidas se o certo era “vão-se os anéis, ficam-se os dedos” ou “vão-se os dedos, ficam os anéis” mas, melhor que se vão os anéis e que fiquem os dedos, né? Já pensou se os dedos se fossem? Onde eu colocaria os anéis? Se bem que nem gosto muito de anel. Então nada disso faz sentido, foda-se.

Pensei no título, por conta de todo esse “bafafá” com o casal mais lindo e feliz deste planeta chamado Terra, Gisela Bintian diva destruidora brasileira humilde riquíssima e Tom Brady



“Bafafá”, essa palavra deve estar na lista das 5 palavras mais maneras que eu conheço, são elas:

1- Tabaco (pelo duplo sentido na minha cabeça sim)
2- Lambisgoia
3- Bafafá
4- Sirigaita
5- Gaiato

Enfim, eu não preciso explicar o que aconteceu né? Mas se você não sabe, pesquisa no google, por favor, tô com preguiça de explicar.

Olha gente, não tô aqui pra falar de vida de famoso (já tá falando sua estúpida), só queria fazer umas análises. Parece meio idiota a gente “se doer” por algo que acontece com esses famosos tão intocáveis né? Mas é que tem aqueles casais perfeitos, que você acha que vão ser felizes pra sempre, que nunca vai dar merda, que até lá na sua cabeça de adolescente nos contos de fadas te dá uma esperança de que existe um relacionamento perfeito, aí “boom”, dá merda do mesmo jeito. Acredito que sim, isso meio que me fez perder um pouco a fé na humanidade, que já andava lá meio abalada depois que vi uma pesquisa sobre em quem os brasileiros votariam para presidente na próxima eleição e o Bolsonaro tava em primeiro lugar. É que pensando por uma linha de raciocínio mais pessimista, ou até realista, se a até a Gisele Bündchen, a GISELE BÜNDCHEN, diva poderosíssima, maravilhosa, top número 1 do mundo, riquíssima, cabelo parece ouro do tanto que brilha e ainda voa quando o vento bate, foi (supostamente) traída, o que será de nós meras mortais que compramos uma base da mary kay chorando por causa do preço. Vão me criticar porque tô julgando uma atitude assim, pela beleza dela? Julguem. Até porque nem seria só pela beleza, mas é que ela é a Gisele Bündchen, sabe? Eu se casasse com uma mulher dessa, fazia um altar pra ela e me ajoelhava toda noite antes de dormir. Mas vamos lá, com toda história, pra quem vai a culpa de tudo isso mesmo????? Mas, é claro que vai pra babá piranha ladra de marido, e também, por que não, pra própria Gisele? Quem manda contratar uma babá gostosa e colocar dentro de casa né, gente? O marido, tão indefeso, pobre coitado, não teve como se livrar das garras da babá predadora. PUTAAA MERDAAAAAA ISSO ME DEIXA MUITO DESGRAÇADA DA CABEÇA, principalmente se quem fala isso é uma mulher.

Claro que isso não é um caso isolado, é sempre comum numa traição, a culpa ser sempre da mulher, que é uma piranha, ou que não deu “assistência” no casamento. Esse tipo de atitude tá intimamente associada a essas nossas malditas raízes patriarcais. Parece que vocês não vão evoluir nunca. Hoje, falamos abertamente de sexo, fazemos nossas escolhas, temos direito a ter uma vida social independente, queremos ter sucesso em nossas carreiras. Mas, pagamos um preço alto por isso. Somos sempre julgadas por nosso comportamento. Outro dia li um texto que dizia “não importa o que você faça, em algum momento de sua vida, você será chamada de piranha, vagabunda ou coisa do gênero”. E é verdade. Todos estão sempre prontos a nos julgar com severidade. “Foi promovida? Só pode ter ‘dado’ para alguém. Foi agredida? Alguma coisa fez para merecer isso. Está reclamando por ser assediada? Quer aparecer, isso sim. O marido a traiu? Foi burra, não cuidou dele como se deve. É infeliz no amor? Também, rodada com é. Não quis sair comigo? Reprimida. Sapatão. Interesseira, só sai com cara rico”. Diante disso vocês ainda acham que é só mimimi de feminista? Não, gente. Ninguém, em momento algum falou sobre a culpa do jogador na história (se é que realmente aconteceu, mas se bem que acho que foi bem verdade). A babá teve sua parcela de culpa? Pode ter tido sim. Mas o maior culpado de tudo foi quem fez um juramento, quem tinha a “obrigação” de ser fiel, ou tô errada? A traição veio dele, não dela, mas ela é a vagabunda da história. E é lógico que a gente precisa desse “mimimi” femista sim, se não quem fala pela gente? O pessoal machista que faz uma manchete “a babá que está acabando com os casamentos de hollywood” ao invés de “o que porraaa tá acontecendo com esses macho de holywood caralho”?

Vivemos dias de muita violência contra as mulheres. Talvez, porque estamos tentando dar mais um passo em direção da autonomia. A reação pode se manifestar fisicamente, com tapas, surras, estupros, ou mais sutil, sob a forma da desqualificação, da difamação, da humilhação. Não sei se nossa situação atual é tão mais confortável que das nossas avós e bisavós. Caminhamos muito, é verdade, mas ainda falta um longo e difícil caminho a percorrer.

Não é tão difícil assim raciocinar, gente, pensa bem, por que diva Gisele carregaria essa culpa? Vocês sabem como é ridículo vocês dizendo “isso que dá contratar uma babá bonita”? Quando ela deveria sim, ter confiança no cara que ela casou porra? Porque a culpa seria da babá se, com certeza, ela não o obrigou a fazer nada? Com certeza ela não amarrou as mãos dele e se aproveitou. Até porque, acho um pouco difícil ela ser mais forte fisicamente que ele, porque, vejamos, não somos nós que diversas vezes nos aproveitamos da nossa força física pra impor uma situação desagradável né? Rsrsrs

Enfim, isso me deixou muito puta da cabeça, mas outra coisa que pensei sobre isso, foi sobre a repercussão que o caso teve. Você imagina o quão o humilhante é ser traída? Beleza que ela é riquíssima e pode curar a dor de corno secando as lágrimas em Paris, enquanto a gente ficaria chorando as pitangas no whatsapp com as miga e vendo foto do cara com a outra no instagram. Mas ainda assim, imagina como deve ser extremamente humilhante você ser traída e isso virar notícia mundial? As “polêmicas” envolvendo celebridades são as notícias que mais atraem atenção, apesar dos grandes problemas que a humanidade enfrenta. E as pessoas respondem enlouquecidamente a esses estímulos: defendem ou atacam o comportamento dos famosos, acompanham cada passo de suas vidas, ficam indignados com as críticas. Eu acho que esse é um dos lados obscuros da fama. Eu gostaria de chorar minhas dores quietinha, sem ninguém ficar sabendo.

Será que, realmente, não existe um relacionamento perfeito? Porque depois dessa tô até com medo de aparecer a notícia, “Rodrigo Hilbert trai Fernanda Lima, veja fotos.” Aí sim, minha fé em relacionamentos (e maridos) perfeitos estaria destruída. Será que a gente nunca vai parar de sempre culpar a mulher pelas ações errôneas dos homens? Como diria outra diva destruidora, Valesca Popozuda, “a b... tem poder”. Mas, queremos mais. Eu tenho esperanças, de que um dia nossa sociedade comece a realmente viver no século XXI, e deixe as raízes coloniais pra trás.




domingo, 2 de agosto de 2015

Só queria reclamar que...



Vocês já perceberam que só faltam quatro meses pro ano acabar? 2015 tá passando muito rápido, por isso não consigo dar conta das coisas que tenho que fazer todos os dias. Alguém no facebook já fez a piada de que “agosto é o mês do desgosto”? Porque eles não perdem tempo srrsrsrsr. Hoje é um daqueles domingos de muita bad, em que eu só quero ficar sozinha no meu quarto, ouvindo R.E.M, tomando Nescau, sem ninguém me incomodando, pensando em como eu sou otária/troxa/burra.

O que eu fiz no primeiro dia do mês? Vejamos. Briguei com meu namorado, deixei meu gato ficar lambendo meu pé porque fazia uma cócega gostosa, saí com uns amigos a noite pra um bar onde posso encontrar todas as pessoas da faculdade, saí pra outro bar que todo mundo paga pau, mas achei bem do ruim, e por incrível que pareça fui cortejada por algumas pessoas, que coincidentemente elogiaram meu belo sorriso. Acho que é esse o efeito que o álcool causa nas pessoas. Um exemplo é que quando meu namorado me pediu em namoro estava bêbado. Acho que ele fica bêbado todos os dias pra poder namorar comigo durante esse quase um ano. Porque como seria possível alguém se interessar pela minha pessoa estando em sã consciência não é mesmo, migos?

Sou uma pessoa assustada, com complexo de inferioridade e com um nariz horroroso. Tenho medo de algumas pessoas. Não tenho assistido televisão. Ando distraída pensando na morte da bezerra, ou perdendo a atenção pra observar o que as pessoas estão fazendo na rua, não é atoa que todos os dias, quando desço do ônibus pra ir pro estágio, eu tropeço na mesma pedra, que fica sempre na mesma calçada pela qual eu passo TODOS OS FODIDOS DIAS DA SEMANA. Não tenho noção de localização.

Quando vim morar em Maceió tive que sair da academia, o que foi uma tristeza, pois, já tinha ouvido do meu instrutor que já estava tendo resultados. E por incrível que pareça, eu gostava de malhar.  Não tenho mais dinheiro ou tempo para a academia, mas tudo bem, pois passou a vontade de levantar da cama e ir; me acomodei; uma pena, visto que, segundo alguns amigos da família, emagreci, e estou “magra demais, muito feia e estranha”.

O chuveiro aqui de casa está com defeito, não consigo lavar o cabelo porque a água sai muito fraca. Se alguém me encontrar na rua e ver que meu cabelo está mais oleoso que a cara de um adolescente de 15 anos cheio espinha, saibam que são problemas domésticos.

“Luiza, se você tivesse condições financeiras, onde você estaria agora?” Em algum país de língua espanhola, com certeza.

“Essa geração não quer trabalhar. Ganharam tudo dos pais”. Quando alguém me diz uma coisa dessas, lembro dos dois meses que trabalhei em uma empresa com um chefe burro e ignorante do caralho, que queria saber mais do que todo mundo e não sabia de porra nenhuma, que humilhava os funcionários, e que me demitiu porque precisei ir ao médico.

Vamos dizer que ela “não aguentou o tranco, pobrezinha, muito mimada”. Já dizia Cidade Negra, você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui, querida. Inclusive, hoje, estou disposta até a fazer faxina. Inclusive adoro Cify cremoso, passo sempre no fogão aqui de casa

Fico quatro horas do meu dia no estágio e quando não estou lá, penso em formas de ganhar mais dinheiro. Algo me fez ser ambiciosa, quero ganhar o Nobel. Ou apenas arrumar mais um emprego. Nunca fui livre. Sempre dependi de alguém. Sempre precisei dar explicações, dizer onde estou, com quem estou e até que horas vou ficar. Hoje, pela primeira vez, posso fazer o que eu quiser, a qualquer momento. Desde que não dependa de dinheiro, porque isso é algo que eu realmente não tenho.

Pra finalizar, só queria dizer como eu odeio ir ao centro de Maceió e ter que andar naquela calçada dos pontos de ônibus, fico feito barata tonta e as véia não saem da minha frente, sempre tem alguém entregando panfleto de exame de vista grátis, e quando os ônibus chegam é uma babilônia infernal. Obrigada.